Árvore

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Shinji Nagabe
Foto: Shinji Nagabe – Raiz dourada, da série Reflexão.

Até onde sabemos e a nossa visão alcança, só existem árvores no planeta Terra. Mas a raridade deste acontecimento não parece suficiente para despertar em grande parte dos seres humanos alguma admiração ou empatia. Intoxicados pela ideia de que todo o universo existe para nos servir, ao longo de séculos as árvores foram brutalizadas como se fossem apenas um recurso a explorar.

O humano empreendedor do progresso, rompeu relações com o mundo e negou a interdependência com outros seres, subjugou conhecimentos ancestrais e tornou a vida um delivery de tristezas e boletos vencidos.

Felizmente, para muitos povos, as árvores são mais que carvão para fornalhas, lastro para caravelas ou estorvo para a especulação imobiliária e o agronegócio. Na cosmologia africana e ameríndia, o surgimento das plantas, dos animais e de todos os seres acontece em relação, e se abre em um porvir comum. As árvores são um sistema sensível que se comunica, se encanta, protege e ajuda o mundo a manter-se vivo.

Muitos trabalhos fotográficos se dedicam a dialogar com estes saberes ancestrais e naturais e romper a monumental ignorância que legitima os ataques às florestas e seus defensores. A fotografia é um convite a refletir e atentar para raízes, troncos e folhas reais ou fabulados; rios, lagos e mares reais ou espelhando a nossa civilização. Não é no foco que reside a nitidez, mas na experiência da vida no planeta.

É com esta ideia, conceito e prática que convidamos você a se inscrever na Convocatória 2025.