FURYO Utopias Possíveis

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FURYO Utopias Possíveis, de Alessandro Celante (São Paulo, 1972)

不慮」- Imprevisto, inesperado, repentino, acidental, fortuito, casual, refugo

O sopro foi o instante preciso em que nos tornamos humanos. A matéria desprovida de qualquer significação, moldada aos desígnios de um criador foi preenchida de vida e de sentidos. Impregnados dessa humanidade, não foi mais possível desnudar-nos. O corpo se transforma incessantemente, tornando-se espectro e representação de si e de outrem, em uma espécie de maldição. Como corpos estranhos, nos coube regressar à matéria-prima criadora, desvencilharmos da pele em que habitamos e traçar novos diálogos a partir da plenitude de uma nudez transfigurada, que brota de sua própria vontade e se impõe pelas suas imperfeições e incertezas. Uma nudez cheia de contradições e irracionalidades. Corpos subjetivos em meio ao caos do princípio eterno.
Trabalho selecionado na Convocatória FestFoto 2023 e que fez parte da exposição Fotograma Livre do FestFoto 2023 na Fundação Iberê Camargo.